Este livro visa analisar os discursos sobre música popular brasileira e jazz da Revista da Música Popular, periódico carioca que circulou entre os anos de 1954 e 1956. De maneira central, busca-se investigar as diferentes apropriações do jazz no ambiente de (des)construção da noção de música popular brasileira e identidade nacional ao longo da década de 1950. O periódico serve como pedra angular para essas discussões, pois preocupou-se com o estudo da música popular em seus mais variados aspectos, uma vez que a revista reuniu diversos intelectuais como colaboradores. O trabalho analisa os discursos desses críticos musicais sob a ótica da "polifonia" e do "dialogismo" de Mikhail Bakhtin, por se tratar de conceitos que se manifestam na relação entre diversas vozes no discurso. Assim, por meio desta metodologia, pretende-se analisar as ambiguidades no trato com o jazz em meio ao projeto de autenticação da música popular brasileira defendido na revista.